A hipnoterapia e o cigarro

Prof. Luiz C. Crozera

O fumante, quando procura tratamento pela hipnoterapia, deve apenas “QUERER” efectivamente parar de fumar. Existe no mercado alguns produtos que prometem verdadeiros milagres, assim como inúmeras campanhas contra o tabagismo.

Dentro do grupo de pessoas que fazem uso do cigarro, podemos encontrar:

  1. Fumantes eventuais: São aqueles que possuem tendências a serem portadores do “vício”, nunca compraram uma carteira de cigarros, “filam” apenas ou compartilham o mesmo cigarro com outras pessoas. O cigarro ainda não faz parte electiva da sua vida.
  2. Fumantes de Terceiro Grau: São aqueles que compram seus cigarros, uma mesma carteira serve para vários dias, acabando, não entram no processo de ansiedade para comprar outra. Ainda não condicionaram o ato de fumar com alguma actividade diária. Simplesmente fumam para relaxar. Nesses casos, as pessoas ainda conseguem parar por conta própria, quando quiserem, mas podem retornar ao uso do cigarro.
  3. Fumantes de Segundo Grau: São aqueles que possuem certa dependência, compram suas carteiras, quando uma carteira estiver no final, correm comprar outra, evitando ficar sem cigarro. Nesse estágio, a pessoa ficou condiciona fumar: antes, durante ou depois de uma actividade diária (fumar depois das refeição, depois de um cafezinho, antes de dormir, ao dirigir um veículo, conversando com alguém, etc.). Quando estiver sem o cigarro, entra em um leve processo de ansiedade, mas controlado. Nesses casos, as pessoas, para deixarem de fumar definitivamente já encontram certas resistências, ainda conseguem parar com muita força de vontade, possuindo tendências para voltar fumar novamente.
  4. Fumantes de Primeiro Grau: São aqueles cuja dependência é total, um maço de cigarro não é mais suficiente durante o dia, sempre estará com uma carteira de reserva, seu estado psicológico fica alterado quando está sem cigarro, pode se tornar nervoso, até agressivo, entra em processo de mau humor, pode ter hiperidrose (transpiração excessiva), tremores, palpitações cardíacas, insónia, falta de ar. É compulsivo, fuma sem perceber, ascende um cigarro no outro, precisa do cigarro para estimular sua digestão e até mesmo estimular suas necessidades fisiológicas, acorda, as vezes, a noite para fumar. Normalmente mascara sua ansiedade diária com o ato de fumar, diz que é relaxante e tem prazer (claro que é um disfarce psicológico, uma fuga). O fumante, nesses casos, sabe que está consumindo cigarro em exagero, gostaria de largar sua dependência, infelizmente não conseguem sozinho, possui receio de sofrer, entrar em abstinência, naturalmente, precisará de tratamento.

Como as pessoas se tornam viciadas

Quando temos deficiência de higiene mental no ambiente familiar, onde as pessoas da casa (pai, mãe, avós, tios, irmãos) são usuários do cigarro, estes, inconscientemente, servem como estímulo para crianças serem fumantes. A probabilidade, de uma criança tornar-se fumante, quando se tem exemplo dentro de casa, é na ordem de 70%. Um fumante ao ascender um cigarro próximo de uma criança, chamará sua atenção, sensação de prazer emanada do fumante contagiará a criança, quase que transferindo o desejo da experimentar o cigarro.

Toda criança possui o senso de observação aguçado, então elas se perguntam: como aquela coisa de cheiro desagradável pode fazer uma pessoa ficar tão contente, calma?. Como ela consegue soltar a fumaça pelo nariz ?, acho que faz bem, deve ser gostoso, quero provar ! (essas, na verdade, são as perguntas e indagações feitas por uma criança, para si própria). O ato de fumar próximo de crianças, na fase da formação psicológica (até os 6 anos), é uma condição para que elas se tornem fumantes, jamais devemos esquecer que somos psicossomatizadores. Quando um adulto pede para uma criança comprar cigarros, satisfazendo seu vício, indirectamente contribui, para que um dia essa criança venha fumar.

Jovens, na fase da infância e adolescência, mesmo que tenham uma boa higiene mental, e começam fumar, deve-se ao companheirismo, amigos próximos fumam, é como um contágio mental. Inicialmente, os jovens fumam para se exibir ou para se auto afirmarem que já agem como adulto. Se não tiverem uma orientação adequada, fatalmente mergulharão no vício. O diálogo pai-filho é a melhor forma para coibir o uso do fumo, as escolas devem também suas responsabilidades.

Abalos emocionais podem levar uma pessoa fumar, mesmo possuindo boa higiene mental. Podemos citar: separação de pais, brigas entre pais e filho, rompimento de namoro, morte de alguma pessoa querida, ociosidade, desemprego por longo período, preparação para um vestibular ou concurso, estados de ansiedade elevada, stress e depressão, dentre outros factores. Nesses casos a pessoa utiliza o cigarro como “fuga” dos problemas e, acabam se viciando, ocorrem com mais frequência se em fumantes eventuais.

Comentário

Durante algumas décadas, principalmente com a expansão da televisão, os fabricantes de cigarros eram os maiores investidores em publicidade, o governo um grande arrecadador de impostos, propagandas bem produzidas “induziam” a população consumir cigarros, encontrava-se cinzeiros por toda parte, motivando e induzindo toda uma população consumir cigarros. Problemas de saúde foram aparecendo, obrigando o governo investir muito dinheiro em saúde pública.

Hoje, campanhas milionárias contra o tabagismo tentam apagar o erro da liberalidade publicitária e, a ganância por impostos. Quando essa contabilidade for fechada, o balanço for feito, teremos números assustadores.

No Brasil, infelizmente, a falta de conhecimento científico e, inexperiência de algumas pessoas para fazer Leis, assim como campanhas publicitárias, continuará ceifando, lentamente, vidas humanas. Tomemos como base os encartes gráficos estampados actualmente nas carteiras de cigarros (Brasil), como se não bastasse “FUMAR É PREJUDICIAL À SAÚDE”, “FUMAR MATA”, induzem as pessoas “somatizarem” os problemas de saúde, com as imagens estampadas nos maços de cigarro (mensagens subliminares). Essa medida inconsequente, está aumentando consideravelmente o numero de casos psicossomáticos, como: falta de ar, gestações problemáticas e abortivas, câncer, impotência sexual, etc.

Como exemplo: um fumante, observa, consciente e inconscientemente, pelo menos 20 vezes por dia a frase “FUMAR CAUSA IMPOTÊNCIA SEXUAL”, repetidamente ao longo dos dias, meses e anos. A probabilidade da propaganda indutiva aumentar a quantidade de pessoas impotente sexualmente é muito maior, ao contrário do que a campanha tenta atingir, assim ocorre com os outros tipos de “mensagens subliminares” originadas dos maços de cigarro, no Brasil. O governo brasileiro, mais uma vez está pecando pelas irresponsabilidades e negligências. O Ministério da Saúde deve fazer um levantamento estatístico das doenças relacionadas nos maços de cigarro e compara-las com os anos anteriores (antes de vigorar a Lei, obrigando esse tipo de veiculação publicitária), lamentavelmente será constatado um crescimento assustador dessas doenças depois de vigorar a Lei, quem perde não é apenas a população, ficando mais doente, o Governo também perde, pois o volume dos investimentos em saúde pública tendem somente aumentar.

Um outro levantamento que deve ser feito: Os fabricantes de cigarro diminuíram a produção ?, os encartes publicitários indutivos fizeram as pessoas pararem de fumar ?

A “Mente Humana”, desde o nascimento, é “condicionada” e “induzida”, tudo depende de uma perfeita higiene mental (familiar, social e no ambiente de trabalho), quanto melhor for a higiene mental, menores são os riscos da população adoecer. Somos psicossomatizadores!

O Governo tem sua parcela de responsabilidade, deveria se preocupar colocando em prática projectos educacionais e assistências, votados à higiene mental, investindo muitíssimo menos, com resultados satisfatórios a curto prazo, preparando as futuras gerações de cidadãos mentalmente saudáveis.

A HIPNOTERAPIA, com as modernas técnicas de Condicionamento Mental, é sem dúvida, a solução mais rápida para quem deseja parar de fumar, sem contra-indicações, de forma natural e breve, sem abstinência, para que esse tipo de tratamento funcione, o fumante deverá “querer” ficar livre da vontade de fumar.