A Hipnose reduz os custos dos medicamentos

O uso da hipnose em salas de cirurgia pode reduzir pela metade o custo de alguns procedimentos, informaram pesquisadores de Harvard, durante encontro anual da American Psychological Association.

“Fazer hipnose na sala cirúrgica certamente faz sentido, mas a menos que economize dinheiro, não utilizaremos esse recurso”, disse Elvira V. Lang, autora do estudo e professora de radiologia e medicina no Centro Médico Diaconisa Beth Israel, em Boston (Massachusetts).

A pesquisa foi financiada pelo Centro Nacional para Medicina Complementar e Alternativa do National Institutes of Health. O estudo avaliou 241 pacientes submetidos a vários procedimentos médicos, como remoção de obstruções arteriais. Todos os pacientes receberam tratamento médico padrão, incluindo a opção de auto-medicação com analgésicos. Um terço do grupo também obteve acompanhamento psicológico de um profissional da saúde, além do tratamento padrão. Outro terço do grupo aprendeu a utilizar técnicas de relaxamento com auto-hipnose como parte da preparação. Lang informou que o grupo hipnotizado relatou dor significativamente menor durante o procedimento. O tempo de duração das intervenções também foi menor e os pacientes utilizaram metade dos medicamentos contra dor. A partir desses resultados, a pesquisadora calculou que o custo médio de um procedimento padrão foi de 638 dólares, enquanto uma intervenção com uso de hipnose seria de 300 dólares, reduzindo o custo em mais da metade. Mesmo que a hipnose tenha aumentado em quase uma hora o tempo de preparação, ainda assim representa uma economia, explicou a especialista.

“A hipnose na sala de cirurgia é viável, efectiva e um recurso muito sensível”, concluiu Lang.

Fonte: Yahoo

Cirurgia ao estômago pode dar transtornos de comportamento

Fazendo uma análise comportamental numa pessoa com obesidade mórbida, verificamos que 98% dos casos apresentam problemas de origem emocionais, desencadeador da compulsividade alimentar, tentam todo tipo de tratamento, no entanto sempre retornam a compulsão numa simples manifestação de ansiedade ou stress.

Como a mente de um indivíduo que teve seu estômago reduzido reagiria, numa situação de ansiedade ou stress, sendo que a válvula de escape, sua fuga, era exactamente na alimentação?

A saída que a medicina apresenta, depois da cirurgia de redução do estômago, seria tratá-lo com anti-depressivos e calmantes, tornando-o mais um dependente químico. É muito comum encontrarmos pacientes que dizem: – “Dr. !, o calmante está fraco, não faz efeito como antigamente”, a saída estratégica é: aumentar a dose ou mudar de marca. Uma vez que a verdadeira causa da obsidade não foi tratada, a mente do paciente ainda continua enferma, doente, precisará achar uma compensação, outra fuga, possivelmente aumentando as doses dos medicamentos produza efeitos psicológicos satisfatóriamente, mais até quando ?, esse procedimento certamente influenciará na qualidade e na estimativa de vida do paciente, (aqui fica registado um novo desafio aos nobres pesquisadores e cientistas).

Infelizmente a grande maioria dos médicos não sabem que existe uma área da medicina, denominada HIPNIATRIA que pode ser muitíssimo útil no pré e pós operatório em geral, inclusive nas cirurgias para redução do estômago, especialmente em obesos mórbidos com problemas de fundo emocional, por sua vez, os portadores de obesidade por compulsividade, não sabem que a HIPNIATRIA pode ajudá-los, bloqueando inclusive os problemas emocionais, sem qualquer esforço e nenhuma droga, certamente os resultados variam de acordo com cada paciente, dependendo da quantidade de massa corpórea.

Normalmente o obeso mórbido sente dificuldade para manter qualquer tipo de regime, dietas e até mesmo actividades físicas, para queima de calorias. O tratamento por meio da HIPNIATRIA ou HIPNOSE CLÍNICA, faz com que o paciente eleve sua auto-estima e sinta prazer na manutenção dos regimes e dietas, encontrando disposição para queima calórica, inclusive se policie nos tratamentos, no entanto a maior contribuição da Hipniatria, nesses casos, é o tratamento antecipado dos problemas emocionais, para depois haver o ato cirúrgico, evitando assim transtornos de comportamento, inclusive neurológicos.

Actualmente a obesidade é uma das maiores preocupações da OMS – Organização Mundial da Saúde, ela atinge todas as faixas etárias e todas as camadas da sociedade, se é preocupação de um lado, alegria para o outro, a indústria da obesidade factura alto, na venda de produtos dietéticos, aparelhos, fármacos, tratamentos em SPAs e clínicas, grupos terapêuticos, cirurgias, etc. É o momento da Medicina e da Hipnologia caminharem juntas, proporcionando melhor qualidade de vida às pessoas. O uso da Hipniatria nos hospitais e clínicas depende única e exclusivamente da formação profissional, não são utilizados equipamentos, portanto o único investimento é em pessoal qualificado.

Luiz Carlos Crozera

Hipnose ajuda em tratamento terapêutico

Pessoas com ansiedade, depressão e fobias podem obter resultado positivo. Muitas pessoas estão se beneficiando da hipnose para resolver problemas emocionais ou mesmo doenças psicossomáticas (problemas orgânicos de origem psíquica). Hipnotizadas, elas conseguem, com o auxílio da psicoterapia, colocar para fora os sentimentos mais profundos e quase sempre doloridos, promovendo assim uma espécie de “limpeza” interior.

Isso é possível, porque a pessoa está com a atenção altamente focada naquilo que está tentando resolver dentro de si. Mentalmente, consegue visualizar a situação que a incomodam, em um estado digamos assim, de sonho real. Esse processo de tratamento acaba por ajudar a pessoa a alterar o pensamento, possibilitando a solução do problema que tanto a afligia.

Mas isso não ocorre de um momento para outro. Dependendo do caso, o tratamento tem uma variável de tempo. Se o paciente busca uma solução para um medo específico, pode ser que em apenas uma sessão consiga superar o fato, mas se for algo mais enraizado, vai depender do grau de evolução ao longo do tratamento.

Adoptada no Brasil na década de 40, a hipnose pode ser utilizada para todas as dificuldades relacionadas à mente, como fobias, depressão, síndrome do pânico, medos, dificuldades sexuais, ansiedade, etc. “Também pode ser voltada para distúrbios orgânicos, como gastrite, enxaqueca, alergia, entre outras doenças desencadeadas por questões emocionais”, diz o psicólogo, Bayard Galvão, Diretor –Presidente do Instituto Milton H. Erickson de São Paulo.

Conforme explica, a hipnose é o nome dado a fenómenos específicos do pensamento, como lembrar-se nitidamente do que aconteceu no passado. Talvez, por isso, em alguns casos, as pessoas achem que estejam visualizando momentos acontecidos em vidas passadas. “Em termos científicos, não há comprovação de vidas passadas por meio da hipnose, embora ajude a trabalhar dessa maneira com pessoas que tenham essa crença”, afirma.

Qualquer pessoa pode, segundo Galvão, ser hipnotizada, incluindo crianças, desde que tenham a capacidade de direccionar sua mente para um foco específico. “Quando não se deixam hipnotizar, o profissional deve estar preparado para saber resolver essas situações de auto-resistência, mas somente se isso for terapêutico para o paciente”, pondera.

A necessidade de um profissional ético, que respeite os limites impostos pelo paciente, é condição básica para que esse instrumento de trabalho traga resultados positivos. “A maior contra-indicação da hipnose é a falta de habilidade, ética, prudência lucidez do hipnoterapeuta. A hipnose em si não é boa nem ruim, mas sim o que se faz com ela”, alerta o psicólogo, explicando que, apesar de a prática ter sido aceita pelos conselhos federais de Medicina e de Psicologia, ainda não há uma entidade que fiscalize o seu uso ético.

“A melhor forma de se proteger é conhecer a formação do profissional. Saber se ele é reconhecido por alguma associação ou instituição ligada à hipnose”, aconselha.

Fonte: Jornal Metro News
07 de novembro de 2001

Hipnose – visão da ciência

Pela primeira vez, neurologistas conseguiram enxergar um cérebro hipnotizado. Graças a exames que registam as áreas cerebrais activadas durante o transe, o mistério da hipnose começa a ser decifrado.

O assunto sempre gerou controvérsia. Tem gente que acha a hipnose um jogo teatral. O hipnotizado fingiria sensações que seu cérebro não sente, querendo se iludir, mas, no fundo, no fundo, sabendo da farsa. E tem gente que vê na hipnose um estado neurológico especial. Nele, o cérebro focaria a atenção no assunto sugerido pelo hipnotizador, sem dar bola para outras informações registadas naquele momento. Ok, tudo continuaria não passando de ilusão. Mas com uma enorme diferença: o cérebro é que seria iludido, sentindo de fato o que o hipnotizador lhe sugerisse. Seria possível até ver o cérebro sendo enganado. Aliás é exactamente isso o que está fazendo um grupo de cientistas americanos ­ eles entraram de cabeça na hipnose para desvendar seus mistérios e acabar com a polémica.

Os resultados preliminares desse estudo são espantosos. Dezasseis voluntários observaram imagens em cores na tela de um computador. Depois de hipnotizados, eles foram levados a acreditar que a mesma figura colorida, vista outra vez no monitor, era toda cinza. Nesse instante, o cérebro activou uma região que inibe a visão das cores. Ou seja, sem nenhuma possibilidade de farsa, o cérebro passou a ver em preto e branco. Mais tarde, os mesmos voluntários foram induzidos a ver cores em imagens onde elas não existiam. E, outra vez, bingo! Os resultados confirmaram que o cérebro estava mesmo “vendo” colorido.

Olhos fechados, mente atenta e concentrada

“A gente ainda não conhece os detalhes do processo, mas o quadro está cada vez mais claro”, disse o americano Stephen Kosslyn, psicólogo e neurologista da Universidade Harvard, um dos coordenadores da experiência, que também contou com psiquiatras da Universidade Stanford, radiologistas do Hospital Geral de Massachusetts, em Boston, além de neurologistas do Memorial Hospital, de Nova York. Para esse time da pesada mergulhar na hipnose, um equipamento foi fundamental: o PET,(tomografia por emissão de pósitrons), que mostra com precisão quais regiões cerebrais estão sendo ativadas a cada momento.

image002

Há pouco mais de dois anos, o PET passou a ser usado para a investigação da hipnose. Kosslyn explica: “Exames mais antigos, como o do eletroencefalograma, poderiam até mostrar a região da visão sendo activada como um todo, mas não informariam se o indivíduo estaria enxergando colorido ou em preto o branco aquilo que afirmasse enxergar”. Segundo o psiquiatra David Spiegel, da Universidade Stanford, o PET também confirmou outro ponto importante: “Os centros ligados à atenção permanecem activos”.

image003

Nessa tecla, o fisiologista italiano Giancarlo Carli já vem batendo há mais de uma década, apesar de a palavra hipnose, criada no final do século XIX, ser derivada de Hypnos, o deus grego do sono. “A hipnose é um estado de vigília. Ela nada tem a ver com adormecer”, afirma ele, que é considerado um dos maiores especialistas mundiais no assunto. “O próprio eletroencefalograma já indicava isso ao registar as ondas cerebrais. Durante o sono, há ondas bastante típicas, que nunca aparecem nos hipnotizados. Mesmo aqueles que chegam ao grau mais profundo da hipnose apresentam ondas cerebrais de quem está acordado.”

Se os cientistas entendem melhor o que é a hipnose, eles pouco sabem sobre a trajectória que leva o cérebro a esse estado. Há indícios de que uma estrutura cerebral semelhante a uma rede, chamada formação reticular, funciona como elo entre a voz do hipnotizador e a massa cinzenta do hipnotizado. “A formação reticular controla a vigília e o sono e ainda selecciona em que informações devemos nos concentrar”, explica o psiquiatra Fernando Portela Câmara, da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

A tese mais aceita é a de que as palavras do hipnotizador, processadas pelo nervo auditivo, alcançam a ponta dessa rede, na base do cérebro, e se espalham por toda a massa cinzenta. Por se tratar de estímulos repetitivos, quando eles chegam no lobo frontal, região atrás da testa, concentram a atenção do paciente em um único foco, inibindo tudo o que está ao redor.

Um cérebro iludido

Como alguém pode ver cor onde ela não existe. E vice-versa. Um falso arco-íris. Este é o mapa cerebral de indivíduos não hipnotizados, enxergando cores de verdade.

image005

Hipnotizados, os voluntários da experiência americana tinham de olhar para uma figura em preto e branco, enquanto o hipnotizador dizia que ali havia cor. O PET, iniciais em inglês para tomografia por emissão de pósitrons, exame que aponta as áreas cerebrais activadas, mostrou que na região da visão, próxima da nuca, de repente se acendeu a área responsável pela visão de cores.

Isto é ficar bem acordado

image006

O hipnotizado parece adormecido, mas a área cerebral da atenção é accionada, como se o paciente estivesse em vigília.

Paisagem descolorida

Se eles não estivessem hipnotizados e vissem uma figura em preto e branco, o cérebro dos voluntários não apresentaria áreas activadas. Afinal, o nervo óptico não levaria à massa cinzenta informação de cor.

image007

Ainda hipnotizados, os voluntários olharam uma figura colorida, mas desta vez foram induzidos a acreditar que ela era toda em tons de cinza. O PET indicou que a área responsável pelas cores permaneceu desligada. Em compensação, a chamada área lingual foi accionada. Ela é capaz de inibir informações sensoriais, como os estímulos visuais provocados pela cor.

E dormir é assim

image008

Se o indivíduo estivesse em um estado próximo do sono, o que não ocorre na hipnose, o mapa cerebral seria completamente diferente, com outras áreas ativadas.

Os cinco graus do transe

Alguns são hipnotizados com mais facilidade do que outros.

Qualquer um pode ser hipnotizado. “Mas ninguém entra em transe contra a vontade, mesmo que o hipnotizador queira”, conta o psiquiatra Antonio Carlos de Moraes Passos, professor emérito da Universidade Federal de São Paulo. No entanto, mesmo querendo muito, só 10% dos indivíduos alcançam o nível mais profundo da hipnose. Sim, porque ela se divide em cinco graus. O primeiro é um relaxamento profundo. No segundo, o relaxamento é mais intenso, só que ele vai para o espaço se o sujeito abre os olhos no meio da sessão. No terceiro estágio, os pacientes podem deixar de sentir dor. Somente 25% das pessoas chegam ao quarto estágio, quando podem até conversar e abrir os olhos. No quinto e último estágio, se o processo não for conduzido por um terapeuta responsável, o indivíduo poderá ter alucinações.

Você está com sono… muito sono… Uma sessão em que os estímulos repetitivos são a peça-chave.

Durante a sessão, o paciente deve ficar em uma posição bem confortável. Para deixá-lo em transe, é preciso repetir um estímulo. No passado, os terapeutas usavam estímulos visuais, como um pêndulo balançando. Hoje os especialistas consideram sons repetitivos, como o tique-taque de um relógio, mais eficientes. A maioria usa a própria voz, falando frases ou palavras sem parar, em um tom monótono. O ritmo indicado é o dos batimentos cardíacos. “O resultado é melhor quando a gente pronuncia palavras associadas a relaxamento, ‘sono’, por exemplo”, diz o psicoterapeuta Carlos Laganá, presidente da Sociedade Brasileira de Hipnose. Uma sessão completa não ultrapassa meia hora. “Mas é impossível prever a duração de um tratamento baseado em hipnose”, esclarece Laganá. “Pode levar meses ou anos.”

Os efeitos em todo o corpo

Como a hipnose ajudaria a tratar problemas de saúde.

Em situações de stress, diminuem os níveis de serotonina, um neurotransmissor ligado à sensação de bem-estar. Em compensação, cresce a quantidade de cortisol e outros hormônios relacionados ao nervosismo e isso pode aumentar a sensibilidade à dor.
Existem doenças que são auto-imunes, como a artrite, a inflamação nas articulações. Nelas, as defesas perdem o controle e atacam o próprio corpo.

Defesas barradas

O cortisol, uma das substâncias do stress, é parente da cortisona, remédio capaz de frear células envolvidas na inflamação, que é uma estratégia de defesa do corpo. Tomar anti-inflamatório é bom quando a reacção do organismo é exagerada. Mas o cortisol trava a defesa mesmo quando ela é necessária.

Quando está hipnotizado

image010

Longe dos problemas

A hipnose provoca um extremo relaxamento e isso diminui a dor por dois caminhos. Primeiro, crescem os níveis do neurotransmissor serotonina. Ele vai se concentrar nas áreas cerebrais encarregadas de processar as mensagens químicas da dor, atenuando a sua intensidade. Além disso, diminui o cortisol do stress, que poderia intensificar os sinais dolorosos nos nervos espalhados pelo corpo.

A turma do deixa-disso

O hipnotismo também estimularia a produção de moléculas chamadas de moduladores imunológicos que, feito chaves, se ligam às células de defesa regulando a sua acção. Assim, eles evitariam que as defesas comprassem briga contra tecidos do próprio corpo.

Livres para defender

As células imunológicas do sangue se tornariam mais eficientes sem o freio do cortisol, já que a dosagem da substância dispensa. Isso poderia explicar por que o hipnotismo tem ajudado no tratamento de pacientes imunodeprimidos por causa do câncer ou da Aids.

A nova arma da polícia

A técnica refresca a memória e ajuda nas investigações. Depois do trauma de um assalto ou de um estupro, é comum a vítima esquecer a cara do seu agressor. Então a hipnose entra em cena para recobrar a memória. “Atendo cerca de sete casos por mês e quase 100% deles são resolvidos”, diz o psicólogo Ruy Fernando Cruz Sampaio, do Instituto de Criminalística de Curitiba, no Paraná. Ele aplica essa técnica há oito anos e vai chefiar o Laboratório de Hipnose do instituto, que será inaugurado em breve.

A sessão de hipnose envolvendo episódios violentos demora até 3 horas. “A vítima pode dar um retrato falado perfeito do bandido. Ou uma testemunha é capaz de recordar a chapa do carro que atropelou alguém”, exemplifica Sampaio. A hipnose só não deve ser usada na confissão de criminosos. Eles poderiam alegar inocência fingindo estar em transe.